São Paulo – O destino do presidente Michel Temer pode ser decidido a partir desta terça-feira (6) durante o julgamento da chapa que venceu a eleição presidencial de 2014. Se Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidir que houve irregularidades no financiamento de campanha, Temer e Dilma Rousseff podem ser cassados.
A única certeza que os analistas políticos e consultorias ouvidos por EXAME.com têm é que, dada a complexidade do debate, o caso não será resolvido nesta semana. Entenda:
Eurasia
A expectativa da Eurasia é de que os ritos do julgamento no TSE sejam cumpridos, mas que os debates tomem muito tempo e a decisão final seja remarcada para o fim do mês.
Em relação ao resultado, a consultoria ainda aposta em 70% de chance de Temer não terminar o mandato, mas admite que a pressão para que ele saia via julgamento no TSE diminuiu.
A Eurasia avalia que há grandes chances de três dos sete ministros do TSE votarem pela cassação (Herman Benjamin, Carmen Lucia e Luiz Fux), e um ser contra (Gilmar Mendes).
Os fiéis da balança, portanto, seriam Napoleão Nunes (que está tendendo a votar contra), Admar Gonzaga e Tarcísio de Carvalho.
Pulso Público
A Pulso Público tem pesado mais, nos últimos dias, a hipótese de o TSE tomar uma decisão favorável a Temer, provavelmente na forma de uma aceitação da denúncia contra a chapa, mas absolvição dos candidatos.
“Qualquer resultado que venha a ocorrer vai ser apertado, seja para cassar a chapa ou absolvê-la. A diferença deve ser de um voto para qualquer um dos lados”, segundo Marcelo Issa, sócio da consultoria.
Prospectiva
A Prospectiva aposta em um pedido de vista ou no prolongamento das discussões nas sessões do TSE nesta semana. De acordo com o analista Thiago Vidal, se isso de fato acontecer, a chance de o Temer permanecer no governo aumenta.
Nesse caso, mesmo que o TSE decida pela cassação futuramente, Temer ainda pode recorrer no STF e alongar sua permanência no governo, o que lhe daria tempo de retomar a governabilidade.
Tendências
Para a Tendências, o processo está complicado por vários fatores: os advogados de defesa das partes estão tentando anular a inclusão da delação da Odebrecht; há o fator político na delação da JBS; e a defesa de Temer tenta separar a chapa no julgamento.
“É muito provável que haja um pedido de vista, porque houve uma mudança na composição da corte desde a última sessão de julgamento, e essa interpretação ganhou força depois das declarações de Gilmar Mendes de que o TSE não tem preocupação política“, afirma Rafael Cortez.
Ricardo Caldas
Para o professor e Diretor do Centro de Estudos Avançados Multidisciplinares da UnB, Ricardo Caldas, o julgamento não é segredo para ninguém.
“A expectativa é de que vão pedir vistas, e daí não tem prazo para se resolver. A tentativa do governo é de empurrar essa decisão para o segundo semestre [depois do recesso de julho]. Nesse caso o tempo conta a favor de Temer”, afirmou.
EXAME.COM
Por Luiza Calegari