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Alcolumbre faz desabafo no Senado e critica Eduardo Bolsonaro
Presidente do Senado apontou paralisia da pauta por obstrução e temas alheios às demandas da sociedade (Por Cleber Lourenço)
Por Administrador
Publicado em 18/09/2025 10:26
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presidente do Senado David Alcolumbre. (União AP)

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), utilizou a sessão plenária de quarta-feira (17) para fazer um desabafo público que expôs não apenas seu incômodo pessoal, mas também as dificuldades institucionais que a Casa vem enfrentando nos últimos meses.

Em tom duro, o senador criticou de forma direta o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que durante viagem aos Estados Unidos afirmou que Donald Trump poderia impor novas sanções e tarifas contra o Brasil, atingindo autoridades dos três Poderes. Para Alcolumbre, tais declarações ultrapassam os limites da convivência política e prejudicam a imagem e os interesses do país.

Segundo o presidente do Senado, não é mais possível aceitar em silêncio agressões dessa natureza. “É a primeira vez que eu vou falar disso e eu vou ter que falar agora a partir toda semana para mim não ficar ausente de ver um deputado federal do Brasil eleito pelo povo de São Paulo, lá nos Estados Unidos, xingando um país contra o meu país. (…) Não dá. Com todo respeito, para eu aceitar todas essas agressões calado”, disse.

A crítica foi direcionada ao que ele considera uma tentativa de Eduardo Bolsonaro de instigar uma potência estrangeira contra o Brasil, algo que na avaliação de Alcolumbre atinge diretamente a soberania nacional.

O senador prosseguiu detalhando que as falas de Eduardo não apenas desrespeitam as instituições, mas também podem ter reflexos econômicos concretos, já que envolvem ameaças de tarifas comerciais e retaliações externas. “Nós não podemos aceitar que em nome de disputas políticas internas se coloque em risco o comércio e as relações internacionais do país”, reforçou. Para ele, o uso de discursos em solo estrangeiro para atacar o Brasil compromete a credibilidade nacional e coloca em dúvida a capacidade do Parlamento de defender seus próprios interesses.

Além da crítica ao deputado, Alcolumbre aproveitou o espaço para apresentar um diagnóstico da situação interna do Senado. Ele relatou que, após o recesso parlamentar, encontrou senadores acorrentados à Mesa diretora, o que impossibilitou a condução normal das atividades.

 

Alcolumbre reclama de clima no Senado

A cena, segundo ele, ilustra o clima de obstrução e radicalização que tem marcado a rotina da Casa. “Nós estamos com problema daqueles que não querem votar a legislação porque ficam se atendo aos debates, seja do Judiciário, seja do impeachment de ministro do Supremo, seja de anistia. Então, está impossível. Isso aqui é um desabafo.”

O presidente da Casa disse ainda que a cada dia surgem novos entraves que dificultam a construção de consensos e o avanço de projetos de interesse da sociedade. Ele apontou que parte da oposição insiste em impor ao Senado uma pauta monotemática, centrada em temas como impeachment de ministros do Supremo Tribunal Federal e propostas de anistia, enquanto questões administrativas e sociais ficam em segundo plano. “Todos os dias, de manhã, de tarde e noite, aparece alguém com alguma ideia, criando algum problema, criando algum transtorno, agredindo alguém, ofendendo alguém, puxando um assunto que não é o assunto do Brasil. E aí a gente não consegue de fato resolver esses problemas que a gente precisa deliberar.”

O desabafo também abordou o impacto dessa postura na gestão de temas cotidianos e urgentes. Como exemplo, Alcolumbre citou a dificuldade para reunir a Mesa Diretora com o objetivo de discutir a situação dos terceirizados que prestam serviço ao Senado. Segundo ele, mesmo pautas administrativas, que em tese seriam consensuais, ficam inviabilizadas pelo ambiente de conflito permanente. O senador destacou que a paralisia acaba afetando não apenas a imagem da instituição, mas a vida dos trabalhadores e da população que aguarda votações de projetos importantes.

Com esse discurso, Alcolumbre expôs publicamente a insatisfação de parte da cúpula do Senado diante da pressão constante de setores da oposição. A fala traduz o embate interno entre parlamentares que desejam manter a agenda da Casa voltada para a tramitação de projetos e aqueles que preferem direcionar os esforços para pautas de confronto político e institucional. O episódio reforça o clima de tensão no Congresso, onde disputas políticas e obstruções sucessivas têm travado deliberações essenciais para o andamento de políticas públicas e medidas de interesse direto da sociedade brasileira.

 

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